Terror noturno: seu filho já passou por isso?
Quem é mãe sabe que cada dia que passa fazemos uma nova descoberta a respeito do desenvolvimento infantil e seus infinitos detalhes, que quase sempre nos espantam – como no caso do famigerado “terror noturno”, por exemplo.
Como a esmagadora maioria das mães, principalmente as de primeira viagem, eu também não fazia ideia do que era isso até vivenciar com a minha filha. Confesso que depois de alguns episódios seguidos, fiquei tão desesperada que no meio da madrugada fui pesquisar do que se tratava e não sosseguei até descobrir finalmente o que estava acontecendo com ela.
Sim! Eu descobri o terror noturno através de pesquisas durante a madrugada, numa tentativa de buscar respostas para o meu desespero. E graças a Deus (e ao oráculo, leia-se Google) não foi difícil encontrá-las, o que me fez lidar com mais assertividade com a situação e contorná-la com maior facilidade também.
Mas afinal, o que é o terror noturno?
Pense no seguinte. Sua criança pegou no sono placidamente como um anjinho. Depois de duas a três horas de sono tranquilo, quando todos em casa já estão dormindo, ela começa a chorar, gritar, espernear e se debater como se estivesse tendo um pesadelo horrível. E estamos falando de gritos, ok? Agora imagine o desespero da mãe/pai que entra no quarto e tenta acalmar essa criança, sem êxito. Ela simplesmente não acorda e quanto mais você tenta acalmá-la, pior fica. De repente, depois de alguns minutos, ela vira para o lado e continua dormindo como se nada tivesse acontecido. Na manhã seguinte, ao perguntar o que houve, ela não se lembra de nada.
Este é o retrato do que os médicos chamam de terror noturno. É uma parassonia, ou seja, um distúrbio do sono semelhante ao sonambulismo, mas que para crianças de 2 a 5 anos é algo tido como “normal” por conta do desenvolvimento cerebral, já que algumas regiões do cérebro infantil ainda não estão totalmente maduras.
Mas então é normal que toda criança acorde no meio da noite gritando e chorando? Sim, pode ser. O que não é normal é apresentar este comportamento todas as noites – ou seja, se for algo esporádico, podem ficar tranquilos, mamãe e papai! É apenas o cérebro do seu anjinho que está em pleno desenvolvimento.
Agora, se estes episódios forem frequentes, então a rotina da criança deve ser analisada com mais atenção, pois ela pode estar vivendo um momento de estresse, ou quem sabe dormindo menos do que o necessário para a idade.
Aqui em casa eu observei que estes episódios ficam mais frequentes quando a minha filha dorme pouco ou quando tem um dia muito atípico, com mais uso de telas ou com muito estresse. Nos dias em que consigo ter uma boa rotina, principalmente quando vai dormir na hora certa, ela normalmente tem uma noite mais tranquila.
Outra coisa que pude observar na prática é com relação à alimentação. Não encontrei nada a respeito nas pesquisas que fiz, portanto, foi uma observação mesmo (coisa de mãe). As crianças no geral tendem a ficar mais agitadas quando se alimentam com excessos de carboidratos, principalmente os refinados. Eu notei que há uma diferença bem grande com relação a agitação, diurna e noturna, da minha filha quando dou uma reduzida nos carbos (trocamos o pão por ovos pela manhã, o chocolate por morangos, só para exemplificar). Ela geralmente fica mais calma, mais focada nas atividades e também dorme melhor.
De qualquer forma, para quem está passando por esta situação com seu filho(a) e os episódios não forem muito frequentes, não há motivos para preocupação. A única coisa a fazer é ficar próximo da criança e não tentar acordá-la, apenas observar de perto para que ela não se machuque ou caia da cama (por isso é bom evitar beliches, se possível). Em poucos minutos ela já estará dormindo como um anjinho novamente.
Segundo os médicos, a tendência natural é que os episódios de terror noturno passem até os 5 anos de idade e só a partir da adolescência é que podem demandar mais atenção, devendo ser tratados como distúrbio do sono mesmo.
Assim, para você papai ou mamãe que está lendo isso agora, não se apavore! Procure ter uma rotina organizada com seu pequeno(a), com uma boa alimentação, higiene do sono e muuuuuito acolhimento (principalmente nesses dias tão difíceis de distanciamento social, máscaras e do “não toque em nada, passa álcool na mão” que estamos vivendo). Vamos desfrutar da melhor forma possível desta fase tão linda e cheia de descobertas que passa tão rápido, não é mesmo?
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